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Advogado desaparece, é morto, tem o corpo dilacerado e sepultado sob a escada

Dia 23 de maio de 2015, sábado, um jovem advogado desaparece inexplicavelmente no centro do Município de Duque de Caxias, após sair de casa para comprar legumes em um hortifruti. Horas depois, o veículo usado pelo advogado é encontrado abandonado, estacionado, numa praça esportiva do bairro Engenho do Porto, naquele município. Junto ao veículo foi encontrado sobre a roda traseira, dentro de um saco plástico, todos os documentos da vítima; todos os documentos do veículo; as chaves do auto; um óculos de sol preto e o telefone celular do desaparecido. Imediatamente o fato era registrado como desaparecimento pela 62ª Delegacia Policial- Imbariê e dias depois transferido à Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense, sob o Inquérito Policial nº 062-02270/2015. No grupo de Investigações Criminais (GIC) , iniciávamos buscas tentando identificar a real motivação daquele desaparecimento, que sensibilizava toda a família e a sociedade Caxiense. Todas as vertentes eram investigadas, política, passional, profissional e financeira, nada sendo encontrado que justificasse o fato, porém surgiam cartas computadorizadas que pediam valores para a libertação da vítima. Os valores solicitados eram tecnicamente baixos e não traziam prova de vida, o que demonstravam que podíamos estar lidando com aproveitadores oportunistas, após a família distribuir cartazes com a foto do advogado, o telefone residencial e a informação de gratificação por notícia, porém o grupo de investigação passava a monitorar a família em tempo real, orientando-os como procederem. Após quatro cartas enviadas, um encontro era marcado e num lance rápido, a equipe, prendia um homem que se preparava para receber os valores, sendo ele autuado em flagrante por crime de extorsão. Em depoimento o criminoso preso informava se reportar a um outro homem residente próximo ao local onde o carro da vítima havia sido encontrado e as investigações demonstravam que ele era também beneficiário em duas ações jurídicas, uma cível e outra trabalhista, ambas patrocinadas pelo advogado. A prisão pelo crime de extorsão qualificada, do segundo criminoso foragido era decretada pela justiça, no processo nº 0033293-68.2015.8.19.0021 e as investigações ininterruptas faziam com quem a equipe da D.H.B.F., trabalhassem diuturnamente na tentativa de localizar o homem que poderia dar um desfecho àquela triste saga. Na madrugada do dia 02/07/2015, por volta das 06:00 horas, o foragido era capturado no bairro de Xerém, num sítio, e iniciava-se ali uma nova história sobre o fato, pois o criminoso naturalmente confessava a morte do jovem advogado à marretadas, a retaliação do seu corpo a serrote e a ocultação do cadáver, em sacos de ração, embaixo de uma escada do prédio, onde ele morava. Toda a equipe rumava para o local e após indicação do próprio autor, os restos mortais eram encontrados, bem como a marreta, o serrote e os sacos de ração . Após 40 dias de intenso stress, nos resignávamos pela elucidação do crime, mas a equipe chorava ao pensar de como poderíamos comunicar àquela doce família sobre o desfecho daquela triste história, que ceifara a vida daquele advogado e colocara na prisão um homem divorciado, sem antecedentes criminais, viciado em drogas , de 55 anos de idade que alegava um momento de fúria para o acontecido e que após a morte, se transformou em possibilidade de extorsão contra a desesperada família. O criminoso, responderá também, através do processo nº 0029219-68.2015.8.19.0021 , pelos artigos 121 § 2º, inciso II e IV do C.P c/c art. 211 do C.P. ( Homicídio qualificado com ocultação de cadáver). O autor do crime foi condenado pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias-RJ, às penas de 17 anos pelo artigo 121 § 2º c/c art.211 do C.P (Homicídio e Ocultação de cadáver) e também a 09 anos de prisão pelo artigo 158 do CP (Extorsão).




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